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O que as caronas na estrada tem a nos ensinar?

Uma coisa que até 2019 nunca havia passado pela minha cabeça era pegar carona na estrada, claramente porque eu sou mulher e o Brasil é um dos países que mais pratica feminicídio.

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Bom, viajar para a Chapada dos Veadeiros, me fez dar uma chance a me aventurar, com segurança, é claro. Antes de viajar, pesquisei bastante e comecei a ler relatos que era muito comum e seguro pegar carona dentro da Chapada, em especial entre São Jorge e Alto Paraíso e que existia “Ponto de Carona” (foto) e “Grupos de Carona” no whatsapp e Facebook. Chegando na Chapada e conversando com pessoas que moram na região, em especial mulheres, todes me asseguraram que era parte da cultura e que no geral as pessoas que dão carona são os próprios moradores.


A partir dessa rápida pesquisa, decidi me aventurar no 2º dia na Chapada! Meu pedido de carona começou antes da 07h saindo de São Jorge para Alto Paraíso. E antes mesmo de chegar no tal “Ponto da Carona” que fica na estrada consegui a minha primeira carona, o sorridente e conversador seu João!


Até hoje, foram 08 pedidos de carona, mas claro nem todas foram tão fáceis assim.


Como tudo para mim é auto análise, reflexão e aprendizado, ir para a estrada e pedir carona me fez analisar alguns comportamentos:

  • Julgamento: nas primeiras vezes que fui pedir carona, vieram pensamentos como “o que vão pensar de mim?”, “eu não preciso passar por isso? por que eu fiz essa escolha?”, “só pede carona quem não tem como pagar!”. O medo do julgamento muitas vezes paralisa a gente, nesse caso, eu busquei deixar os pensamentos virem, mas também irem, e então eu segui na minha aventura, me divertindo com a minha escolha!

  • Vulnerabilidade: precisei de muita coragem sim por todas as questões que já relatei, mas me arrisquei com cautela e pedindo proteção para que as melhores pessoas passassem pelo meu caminho, e assim foi. Algumas doses de coragem sempre nos levam a novos lugares e eu adoro estar nesses novos lugares.

  • Resiliência: é o tipo de experiência que não tenho controle e preciso saber lidar com as adversidades, como acontece quase sempre na nossa vida. Nesse caso, aprendi a lidar com a arte da espera, algumas caronas foram instantâneas, já outras demoraram quase 1 hora. Nem sempre as coisas acontecem no nosso tempo.

  • Abertura à novas pessoas: mesmo sabendo que elas podem durar apenas o tempo da carona, de alguma forma me abri para novas conexões sem algum precedente e com isso novas histórias. Posso te assegurar que cruzei com muita gente legal pelos lados de lá. E cá entre nós, como dizem na Chapada, “só gente do bem que dá carona”.

Fica aqui meu convite para você se aventurar em uma carona ou experimentar algo que você nunca fez antes! Lembra das doses de coragem e ... vai! <3


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