João Pessoa & Recomeço
- Natasha Sawaya
- 18 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de dez. de 2020
Em 2013, quando estava lá, pela primeira vez eu me questionei sobre qual era o meu propósito nessa vida, qual era a minha contribuição no mundo? Naquele momento um abismo começou a se abrir e eu me lancei nele. Dias de desespero por não encontrar a resposta, eu sempre prática, achando que teria uma resposta ali como uma fórmula matemática, mas é óbvio que não, essa jornada estava apenas começando!
E começou por eu entender e praticar genuinamente a empatia (é claro que eu ainda sigo aprendendo e errando bastante), mas nessa inusitada experiência eu comecei a enxergar verdadeiramente as pessoas, me interessar por elas, suas histórias, mergulhar na cultura local, a forma como se comportavam, o que estava por trás, entender as diferenças e saber que estava tudo bem (mesmo não entendendo ou não concordando) ser diferente, cada um com sua singularidade.
Eu desacelerei o ritmo de fora para mergulhar no ritmo de dentro, da alma, do espírito para buscar um equilíbrio que não existia.
Eu tive a primeira experiência com yoga & meditação em um retiro de 04 dias e nesses dias, a minha mente repetia a todo momento: eu devo ter enlouquecido para vir parar aqui! Mas hoje eu sou extremamente grata por tudo que aconteceu e as pessoas que cruzaram o meu caminho a partir desse momento e as portas que abriram.
Eu comecei a cuidar da minha alimentação e observar a forma como eu me nutria e do que eu me nutria. E lá eu comecei o processo de eliminar a carne da minha vida e reduzir o consumo de álcool.
Eu comecei a cuidar novamente do meu corpo, praticar regularmente exercícios e buscar esportes como o beach tênis, frescobol, muay thai.
Eu comecei a me abrir verdadeiramente para o mundo, para novas pessoas ao meu entorno e elas começaram a se aproximar e são amigues pra lá de especiais como o Maurício & Beta, Thaysa, Léo, Alê e a família maravilhosa dela entre outres).
Eu tive o privilégio de conhecer e desbravar muitos cantinhos de Jampa, da Paraíba e do NE como um todo, vibrar a cada lugar novo ou já conhecido, sentir a brisa do vento no corpo, me permitir sentir a cidade, a vida, como ela deve ser. Todo fim de semana a sensação era de férias, a vida começou a ter um jeito leve de se viver.
Eu comecei a enxergar beleza em acordar cedo e contemplar o nascer do sol que eu via todos os dias da minha janela (foto abaixo de um dos inúmeros espetáculos matinais antes das 05h00) e esperar ansiosamente o nascer da lua, em sua fase cheia!

Eu tive o privilégio de mostrar Jampa para muitos amigues e família e que se surpreendiam e se encantavam a cada chegada e me falavam: “agora eu sei porque você não quer sair daqui”.
Jampa me proporcionou um retiro de 03 anos e uma oportunidade única de me reconectar com o que era mais importante, a minha essência. Me mostrou a importância de uma vida simples, minimalista, que o SER é o mais importante do que o TER, me fez ressignificar tanta coisa e me mostrar que o caminho é longo, mas era importante começar, dar o primeiro passo. Hoje sigo muito mais consciente, errando, acertando, aprendendo e buscando fazer diferente. Não foi à toa que eu fui parar lá!
A pessoa que lê, ouvindo sua voz 🙋🏽♂️