Uyuni: Tudo são escolhas!
- Natasha Sawaya
- 14 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jul. de 2021
O último dia no Uyuni estava destinado a subir o vulcão Uturunku com 6.008m de altitude - na base do vulcão estávamos a 5.100m de altitude. Foi um desejo meu? Não! Era de uma das minhas amigas, mas fomos todas. Eu me apeguei ao seguinte pensamento"faço academia, treino, então tá super tranquilo", foi a única preocupação que eu tive. Um mínimo de planejamento e preparo para onde você vai se enfiar é necessário.

Chegamos na base para começar a subir, nevava, eu não tinha roupa apropriada pra isso, acreditei que meu casaco corta vento e minhas roupas térmicas dariam conta, aham, #soquenaoquerida!
Saímos do carro, eu já congelada, comecei a colocar vários casacos por cima, aliás, uma forma super adequada de subir um vulcão com neve e altitude, não é mesmo?! ( foto). A cada passo dado, maior era o frio e maior a altitude, é óbvio que essa conta não fecharia. Nosso guia Agostino estava super preocupado comigo, pois eu estava amarela, pálida, fraca - sinais claros do mal da altitude (até esse momento da viagem o remédio e chá de coca estavam funcionando super bem). Agostino me deu as luvas dele que eram mais apropriadas para aquele momento e arrumou um par de botas, afinal de contas seria o ápice da loucura subir com meu tênis rosa de corrida em asfalto com uma temperatura próxima de -15ºC.

Começamos a subir e não cheguei nem a 200m - basta olhar para essa foto que você já afirmaria que essa aventura não seria bem-sucedida, pela minha parte, pelo menos. Todos os meus sintomas pioraram muito e eu comecei a passar MUITO mal (sem drama leonino, eu juro) com o frio e o mal da altitude. O Agostino voltou pro carro comigo, eu fiquei deitada por longos minutos ainda e não voltava ao normal. O mal da altitude somada a minha falta de planejamento para essa aventura me derrubaram. O Agostino voltou para encontrar as meninas com o outro guia e me deixou lá descansando.
De repente, dois anjos apareceram: um turista belga com o guia que já tinham subido e estavam voltando pro abrigo. Eles me reconheceram do abrigo e perguntaram se eu queria carona pra voltar. Aceitei na hora e deixei um bilhete preso no carro pra galera não achar que eu fui abduzida pela montanha!
Lições aprendidas e que levo pra vida:
Esteja minimamente preparado para o que você se propor a fazer: ter lido sobre o local da aventura e levado roupas adequadas poderiam ter minimizado parte do meu perrengue.
Colocar limites: faz toda a diferença quando o desejo é seu ou de outra pessoa. Eu fui na onda das amigas, poderia ter dito "não, eu não vou". Não tinha motivo algum despertado naquele momento para subir o vulcão, poderia ter aproveitado o último dia de outra forma. Que falta a voz da intuição fez - naquela época eu nem sabia que ela existia.
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